29 julho 2014

Em frente ainda tem muita vida ♡

Dia dessas eu estava visitando o feed do Instagram e uma foto além de me fazer refletir, despertou dentro de mim uma percepção que a maioria das pessoas que existem a mais tempo que eu já tem entendimento: nada dura pra sempre. A gente deveria aprender isso do mesmo modo que aprendemos que duas palavras formam uma frase, dois pés um passo, dois braços um abraço e que 1 + 1 resulta em 2. Nada é eterno, seja intenso, seja sem graça, seja paz, seja vendaval. As coisas duram o tempo que foram programadas para durar. Se durar mais, está simplesmente atrasando algo melhor, e se durar menos, está só adiantando algo melhor. A gente perde a fé em novos dias bons pelo fracasso dos outros. A gente precisa lembrar que às estrelas colidem, as ondas batem, o coração bate mais forte ainda, e a brisa, que por sua vez é leve, leva consigo muita coisa. Ou devolve. Momentos são momentos em qualquer lugar da atmosfera. Já fazem algumas semanas que eu venho tendo exatamente o mesmo sonho, totalmente relacionado a um momento da minha vida que aconteceu à uns 8 meses, mais ou menos. Meu eu lírico ainda sonha com isso toda noite. Meu eu racional já se convenceu de que sonhos são só vontades. Vontades, que em dias chuvosos, fica intensa, e em dias ensolarados, aparenta nunca ter existido. Ou você mata o orgulho, ou você morre de saudade. Eu não sabia o quanto era orgulhosa até perceber que meus dias mais longos eram os que eu levantava da cama, e voltava a dormir, morrendo de saudade. Quase enlouqueci gente, quase quase. Tinham noites que não acabavam. Agora eu sei que minha insônia tem nome, sobrenome, apelido, perfume. Meu psicológico me convenceu de que eu era o problema. Não! O tempo que cura, é o tempo que corrói. Ele passa devagar na maior parte da nossa vida, e isso nos dá a liberdade de ver a vida, ou melhor, ver todos veem. O que eu quero dizer é que ela nos faz enxergar. Sim. Enxergar nem todos enxergam. É a mesma coisa que conversar com um individuo no momento atual: é raro, geralmente as pessoas só falam. Sortudos são aqueles que encaram tudo de bom humor. Eu era assim até começar a ler romances. Eu fazia parte do conjunto de pessoas que sorriam o dia todo, e no fim do dia, após tomar banho, e antes de deitar, se olhava no espelho, odiava a imagem refletida, encarava o fato de aquela ser eu, e chorava. Por horas. Horas infindáveis. E acordei todas as manhãs. Sobrevivi. Tem que sobreviver né? Existir é isso. Não é insano tentar ser feliz todos os dias. Ou ser triste. Hoje eu leio romances, ainda odeio os casais melosos, eles ainda me deixam um pouco enjoada já que o amor nunca foi meu forte, mas eu entendo a lidar comigo. Não tenho que sorrir sempre. Sorrisos têm um brilho único quando são verdadeiros. Se quiser saber a verdade, olhe para os olhos das pessoas que sorriem. Exergará a diferença em cada olhar.  Se tivesse fotografado, veriam que os meus brilhavam tristes na maior parte do tempo. Descarrilhei o assunto mas estou voltando: nada é eterno. Nem pessoas, nem momentos, nem objetos, muito menos (e especialmente) os sentimentos. Tudo tem data marcada para findar. E vai chegar. O que vai fazer a diferença é como vamos lidar com cada situação, se será de paz ou de vendaval, arrumada ou bagunçada. Tudo está em nossas mãos. Classificamos cada situação pela saudade que nos dá. Umas se tornam um tanto faz e outras quase nos enlouquecem. Às vezes, em muitas delas, estamos vazios por dentro e só precisamos esperar a próxima brisa, aquela que mencionei antes, aquela que tira e devolve, ou que substitui. Substituição de momentos não substituem pessoas. Cada um que conhecemos são únicos e nos deixam uma diferente lição. A gente só precisa dar uma chance pra vida e ela mostra que com o tempo a gente volta a sorrir. Sempre volta. Porque nada é eterno. Às vezes o eterno dura uma hora do lado de quem a gente ama, às vezes dura a vida inteira do lado de alguém que é muito pra gente, e passa despercebido. Trata de enxergar, trata de aproveitar a vida ao máximo. Só consegue ser feliz quem não tem medo de arriscar, de perder, pra poder ganhar de novo. Quem vive mais pra si e menos para os outros. Que ouve música no fone de ouvido e desliga o mundo. Quem lê livros e chora. Quem leva a vida a sério, mas não fica sério pra vida. De quem gargalha do seu momento ruim, e ajuda o outro em uma situação ruim. Uma coisa é certa: nada acontece por acaso. Nada é esquecido, a gente esquece enquanto conhece outro alguém, enquanto beija outro alguém. A gente esquece até lembrar de novo. Tudo passa, então muitos passam por você de novo, e aparentam uma nova percepção. Mas valoriza enquanto você tem, porque tem gente que vai, e que não volta. Não da para temer a vida, porque aí, ela intimida a gente. Põe o dedo na cara do seu dia e grita alto para ele: hoje eu vou ser feliz, amanhã eu fico triste. Repete o processo todos os dias de manhãzinha, seja ela cinza ou dourada. Mantém a cabeça erguida, porquê em frente ainda tem muita vida!
Créditos autorais para a Vitória, que me autorizou em publicar no nome dela. *-*

Eu sofri, me decepcionei, gritei, exagerei, chorei, aprendi, vivi, chorei mais, mas aprendi. Ainda existem feridas de lembranças vagas que latejam aqui. Valeu a pena esse pedacinho de vida que acabou e esse novo que está começando. Sei que abrir os olhos é uma das coisas mais difíceis, mas você tem muito ainda pra ver, pra sentir, pra entender, pra aprender. Sempre em frente!

        "Veja o sol dessa manhã tão cinza, a tempestade que chega é da cor dos teus olhos: castanhos.."